12/06/2012








- Tarde!
- Tarde!!
- Sõ ta bão?
- Tô bão e a sinhora.
- tamém to boa....
- Danu umas vortinha no cavalo ou vai apiá.
- vô não sinhora.
_ Intão té logo.
- Té logo pra sinhora tamém.

(e eu credito qui num tem qui té muito pra tê inducação e paciença)










E intão, ele saiu cavalganu manso.Calado.
Vai vê foi discansá.
Manhã cedim ele vorta.














Se caso Nossinhô me desse ôtra vida pra vivê, eu garanto que eu ia morá nessa casinha simpres. Ela num é igual da cidade grande,nem iguár aos prédio qui cerca asvinida. Mais ai tem passarim que canta dintinrim nos zovido da gente, dizendo qui ta na hora de acorda.
O que vale é o qui tem dentro, como no nosso coração. 
CÊ bobo, quieto,calado e isperto.
Tê água de bica no fundo do quintar,e sentá ladifora modivê os otro passá.E conta casa daqui e conta caso diacolá.A vida passa sem muita apertura, cadiquê se acustuma com as coisa simpres.
Vontade de apiá aí.
E fica conchegada no silêncio!




A gente inda vorta






Um dia nóis vorta lá. Todo mundo junto, modi apreciá essa maraviá. E nem é só o lugá. è a paz e o silenço qui cerca esse pedaço do céu. Lembrei docêis, ditinrim em todo lado queu andava.

Foi coiseira de urtima hora, intão num deu pra convidá.
Mais na próxima nois vai junto modinóis apreciá: as galinha d'angola ciscano de lá pra cá;
os ganso nadano na lagoa e discansano no luá;
os búfalo....qui belezura inté dá medo de oiá.
bambuzar invercano balançanu sem quebrá.
Mas Deus Nossinhó, com jeitinho mi pois lá...
e rezei ,pedi pra ele,de fazê a gente vortá,
tudo junto , garradinho pra gente saboriá:
hortênça,bambú, galinhada, qui a gente cata no quintár.
Assim a gente prozéia,apanha mais amizade
o resto se resorve matanu essa doida sôdade








As véiz a gente cancela a vida e toma ôtros rumo. Mesmo uns dia piquinino, só pra modi sabôreá a vida. Tem os qui gosta de praia, tem os qui gosta de cidade grande, tem os qui gosta de gelo,tem os qui gosta de zuêra. Eu gosto mesmo é das minhas raíz.



A simpricidade que faiz nóis sentá no meifio, jogá conversa fora,tomá cafezim cuado na hora, coiê couve no quintar,reparti a broa quintinha!!!!


E a sôdade duzanu que se fôro...e tudo qui ficou pra tráis..


Bem aventurada essas terras de gente humilde, onde Deus num manda disgraça, nem terremoto,nem inchente, cadiquê, ele sabe que ja ingrata. Ele só se isqueceu de lembrar que o mió de morá no mato,é que ele tamém, as véis discansa por lá. E Nóis pode sinti no canto dos passarim, nu baruio das agua dos rio, ele sorrino...e discansano sussegado!. Por que só aqui a paiz reina.



U homi du leite






Inté vi ele. Anadanu na ruazinha da cidade.



Queto, calado sozim.....


carregano nas costa a vida que Deus lhe Deus.


Vontade de proziá c"uele. mas é ligeira nossa passage.


Intão só pidi a Deus que os caminhos dele fosse mais leve,


com fartura,e sabidoria.


E acho que Dues ja deu isso pr"ele cadiquê, os anos tão istampado nas rugas.....e ele continua!!!!!



Sua benção,véia Messina







Sua benção, Véia Messina. Disfarça essa tristeza nos zóio dos seus 11 fio qui si foi pra Sanpaulo e qui nunca mais vortaro. Chorei concê, quando da sua boca ouvi seu lamento de tristeza e sôdade. Seus fio são meus fio que a vida ta levano nessa travessia do rio que desce ribeira abaixo.Os nosso fio,não são nossos fio. Eles é do mundo que a marvadeza do pogresso,das faculdade distante, dos istudo na capitá, afasta de nóis,nossos minino.

Mais na lida e simpricidade, o Nossinhô caminha cunóis,modi apartá a falênça desse amô.
Assunta o mutivo...
Assunta o futuro...
Assunta o ganha pão!
Cá das minas,das nossas terra ,tem pôca evolução.
Deixa os minino simbora,cunhecê a imensidão.
Asim um dia, quem sabe, eles vortá e vê,com mais atenção,
que nem istudo e nem dinheiro..
nem a tar sabidoria, é maior que passarim
na janela ao meio dia!!!


(Bjs no seu coração, e obrigada pelo privilégio de te-lo em nossa terra, Congonhas)


(foto de Bruno Gomes Lima Molinari/ Dna Francisca/ Caminho da Luz)









Chorá é môdispantá a tristeza.Tem uns trem qui a gente sente qui num dá pra ixpricá. Fica assim caçuanu da gente essas dor no peito, qui inté dá pra discunfiá.

Só rezanu pra disgracera disaparecê. E intão, iscutá os passarim que vão vuanu até no céu, modiavisa Nossinhô qui nóis da pricisando dele.









E eu, pra liviá o coração, arredo a cadera pra perdamesa,assosego o coração. e bem baxim eu rezo,modi Deus ouvi o que meu coração chora.














Minhas mão tão calejanu. Deve de sê de trabaiá.Deve de sê de contá os dia,que passa no fundo do quintar.E eu contano eles,um atrais do ôtro, inté eu cansá.

Marvadeza essa vida que num me deixa discansá.Vendo minha terra se acabá.Us pulítico tudo no bem estar. E nóis catano istoria,os causo qui ficaro na lembrança. Cidadizinha se acabano e levano a gente também.Cadê os trem na istação? cadê o rio Maranhão? cade as prosa nas calçada...os vizim..as amizade. O cinema, que sôdade!
E onde anda as seresta? Pedro Plínio, Pôlo,em festa?
Qui da janela da minha casa,Chica ria de franzi a testa?
Cadê as pastorinha? onde a gente se vestia,de túnica de Nossinhô?
E saía por ai pedino, um cadim de ajuda e amô?
Cadê o Grupo Tedons? Lau,dinorá,Thiago e os ôtros? Lá no Tiatro da Fundação....
cabô,sumiro, qui ingratidão!!!
Inté pensei que era sonho, tudo qui vi na minha infância.
Sôdade,tristeza e lembrança!
Do tempo que nóis era feliz,cheiim di isperança.
Cabô o trem....cabô a istação...
Cabô o campim, parte da minha criação.
Da ruga da testa,dos calo das mão, resta a saudade,choro e lamentação!!!!!!













Quando eu falo amém, é ispreitano pra vê se Nossinhô carece de me dá mais um cadim de alegria nesse mundão desalmado.




Cumadi Chica





As frô ficava la no jardim. Muitas rosa....Tudo tinha cor,e nóis brincava na rua, enquanto minha mãe cuidava delas com carim.A chuva vinha, as pétala caía,e quinem mágica,no dia siguinte, tava tudo lá di novo aprumadim. Minha mãe tinha as mão de fada!Lembro muito dela, cadiquê ela deixô nóis eu tinha só 14 anu.Ela quais num teve tempo de mi insina as coisêra da vida.Mas teve tempo de mi insiná o qui é amô.



Fico pensanu nela com essa netaiada toda. Os pãozim de forno, o angu doce,os xingatório causa das bagunceira.E dispois,dava beijo e cariciava!!!! Dizz qui Vó é sigunda mãe.Intão eu posso dizê que ela ia sê a sigunda, a terceira, a quarta e poraí vai.Sôdade dos meus vistidim em cima da cama depois qui eu tomava bain! Da muchila da iscola rrumadinha em cima da mesa,do chêro dela,dos cabelo preto,das zunha feitiiinha de ismalte!


Sôdade daquilo qui num pudi vivê cuela.


Abenção minha mãe,ai do céu qui eu sei qui ocê tá. Cadiquê gente qui cuida das rosas faiz veste pros anju!!!!!!!!


Sandra






‎".....Eu tenho um fio muito bão, dona Sandra.Cadiquê ,essa vida com esse tar de crack ta tirando os fio da gente né? La incasa tem isso não.Eu sô pobre mas sô isperto. E insinei meus fio a sê tamém. É bão a gente tê amigo né dona Sandra,quinem a sinhora.Se caso as coisa apertá eu sei que tem gente que ajuda nóis.E é por isso que eu tenho felicidade.



(Sr. Jorge ,um dos amigos vítimas das enchentes que me ensinam a viver)

 


Terra da minha terra




Eu ainda prifiria quando nóis tinha que travessá o "passa um", la na linha do trem pra levá café pro meu pai na Estação.Os maquinista dava um alô pra nossa infância inocente.Passava dispois na padaria do Marciano modicomprá biisnaga de pão, e vinha cumeno pelo caminho,e mais um tikim a gente andava ia no Zé brinquim compra Ioió.Tardizinha ia pru campim modi de brincá de "finco". Companhava as procissão com vela queimano as mãos,num silêncio que minha mãe igigia .Ovo de páscoa nóis num tinha,mas tinha as balinha que meu pai trazia dispois do trabáio e dava pra gente mastigá cadim...Isso sim era UMA CIDADE MAIS BUNITA.....




Pão di quêjo




Bom dia Procêis.


Bão dimais cordá manhanzinha, café quentinho e pão de quêjo.

Reza vêmaria pá Nossinhora......

Coiê os zovo no galinheiro...

Abri as janelas modio ar intrá...

purque sol pressasbanda ta dificir.

Mais nóis é filiz mesmo assim.

Cadim de vida aqui....cadim de vida acolá....

e simbora vivê...

rsrrs

bjs