04/12/2010

Nossinhô no meus pé


Os pé sintinu a vida!!!
Trem bão dimais isso,quandu nóis sente a vida na pele e pedi a Deus mais um cadim dessa vida,pramodi nóis pruveita os fruto dela.
Nessa andança qui vivi,tivi o privilegiu di inté saboreá essas belezura da natureza,qui tanta marvadeza tão fazenu cuela. Mas inda tem gente qui tem conciençá,e toma tenença de preservá.
Buscá as coiseira tudo boa da vida, com  humirdade(cadiqué, preciso de muita coisa não),é sabiduria,e acriditá no Deus vivo qui mora cádendi nóis.
Cêis podi inté nem creditá, mas quando eu puis os pé dendágua,veio subinu uma leveza, quei tomo conta do corpo intirim, e eu num quiria mais saí de lá.
Num faiz muito tempo qui tivi nessa paraíso ai ñaum. e eu vô vorta.
Carrancas!
Casa de Nossinhor Jesus cristo.

23/07/2010

DAS DOR DAS ANDANÇA DA VIDA.

Quando nóis era minina, lá pras banda das Gerais, ca em Congonha do campo,cá da minha casa, avistava a linha do trem.
Ele passava cás quele monte de vagão,que trimia inté o chão.E nóis, tudo minino piqueno, ficava na beira da linha,bananu as mãos pros maquinista, pidinu qui levasse nóis prum passeio.
Oh marvadeza daquês moço, de boné na cabeça, qui nem siqué, parava pra dá nóis carona naquelas mánica grande,que duía os zovido da gente.
Mas era bão dimais....oh sardade danada, daqueles tempo.
Meu pai trabaiava na Central do Brasil, e nóis toda tarde, levava café prele lá na estação.
Ele sentado, na mesa, inguar um chefe! Que orguio do meu pai.
As véiz, o trem tava parado, pra bardiá os passagêro,e intão, nóis passava dibaixo dele, pra modi chegá mais rápido lá donde meu pai tava.
E era uma quantidade de gente danada.: véio, moça da cidade, homi bunito, criança, inté os pobrizim que pindurava nas escadinha que tinha nos vagão, modi num pagá passagem. E todo mundo apiáva lá.
Eu adorava vê aquela contidade de gente. Era tudo novidade.
O tempo foi passanu, meu pai se aponsetó, os trem diminuirio, o pogresso chegô, E a estação, virou restaurante.
Num apéia mais ninguém lá. Só asvéiz passa um trem da tar da Vale do rio doce, careganu minério, que eles tira cá da serra.
Pobre serra, que também um dia vai se acabá.
Cabô os trem, vai acabá a serra.
cabô a minha infancia....
Bão tê lembrança....ao menos isso o pogresso num tira, cadiquê o que vai no coração num tem carregadêra que tire.
Abenção meu pai, onde inté ocê tege.......

ZALUZELO (TEATRO MÁGICO)



Ah eu tenho fé em Deus... né?

Tudo que eu peço ele me ouci... né?

Ai quando eu to com algum pobrema eu digo:

Meu Deus! me ajuda que eu to com esse problema!

Ai eu peço muito a Deus... ai eu fecho meus olhos... né?

eu Deus me ouci na hora que eu peço pra ele, né?

Eu desejo ir embora um dia pra Recife

não vou porque tenho medo de avião, de torro...de torroristo

ai eu tenho medo né?

Corra tudo bem... se Deus quiser... se deus quiser..."


Pigilógico, tauba, cera lítica, sucritcho,
graxite, vrido, zaluzejo
"eu sou uma pessoa muito divertida"
Pigilógico, tauba, cera lítica, sucritcho,
graxite, vrido, zaluzejo
"não sei falar direito"
Pigilógico, tauba, cera lítica, sucritcho,
graxite, vrido, zaluzejo
"não sei falar"
Tomar banho depois que passar roupa mata
Olhar no espelho depois que almoça entorta a boca
E o rádio diz que vai cair avião do céu
Senhora descasada namorando firme pra poder casar de véu
Pigilógico, tauba, cera lítica, sucritcho,
graxite, vrido, zaluzejo
"não sei falar"
Quando for fazer compras no Gadefour:
Omovedor ajactu, sucritcho, leite dilatado, leite intregal,
Pra chegar na bioténica, rua de parelepídico
Pra ligar da doroviária, telefone cedular
Pigilógico, tauba, cera lítica, sucritcho,
graxite, vrido, zaluzejo
"não sei falar"
Quando fizer calor e quiser ir pra praia de Cararatatuba,
cuidado com o carejangrejo
Tem que ta esbeldi, não pode comer pitz, pra tirar mal hálito
toma água do chuveiro
No salão de noite, tem coisa que não sei
Mulé com mulé é lésba e homi com homi é gay
Mas dizem que quem beija os dois é bixcional...
só não pode falar nada,
quando é baile de carnaval
Pra não ficar prenha e ficar passando mal, copo d'água
e pílula de ontemproccional
Homem gosta de mulher que tem fogo o dia inteiro,
cheiro no cangote, creme rinsa no cabelo
Pra segurar namorado morrendo de amor
escreve o nome num pepino e guarda no refrigelador,
na novela das otcho, Torre de papel,
Menina que não é virge, eu vejo casar de véu
Se você se assustar e tiver chilique,cuidado pra não morrer
de palaladi cadique
Tenho medo da geladeira, onde a gente guarda yogute,
porque no frio da tomada se cair água pode dá cicrutche
To comprando um apartamento e o negócio ta quase no fim
O que na verdade preocupa é o preço do condostim
O sinico lá do prédio, certa vez outro dia me disse:
Que o mundo vai se acaba no ano 2000 é o que diz o acalipse
Tenho medo de tudo que vejo e aparece na televisão
Os preju do Carajundu fugiram em buraco cavado no chão
Torrorista, assassino e bandido, gente que já trouxe muita dor
O que na verdade preocupa é a fuga do seucrostador
Seucrosta quem não tem dinheiro, quem não tem emprego
e não tem condução
Documento eu levo na proxeca porque é perigoso carregar na mão
Mas quando alguém te disser ta errado ou errada
Que não vai S na cebola e não vai S em feliz
Que o X pode ter som de Z e o CH pode ter som de X
Acredito que errado é aquele que fala correto e não vive o que diz
"E eu sou uma pessoa muito divertida...
eles não inventavam nada... eu gostava de inventar as coisa
não sei falar direito...
inventar uma piada, inventar uma palavra, inventa uma brincadeira...
não sei falar
me da um golinho... me da um golinho..."
E com muito prazer que eu convido agora todos aqueles
que estão ouvindo esta canção
Para entoar em uníssono o cântico: Omovedor, Carejangrejo
Vamos aquecer a nossa voz cantando assim:
Iô,iô,iô. Iô,iô,iô,iô, eu digo:
Omovedor, Carejangrejo, Omovedor, carejangrejo... Omovedor!
"omovedor... carejangrejo... só isso que eu tenho pra falar falar!"



05/07/2010

OCÊ MI OIÒ SÔ

Lá na roça, em MG, um menino e uma menina foram criados juntos, desde que eram bem miudin...
O tempo foi passano, passano, eles foi creceno, creceno.
Aí se casaro.
No dia do casório, sacumé, povo da roça não viaja na lua de mér, já vai direto pra casinha de pau a pique.
Chegano lá na casinha, o Zé, muito tímido, vira para Maria e fala:
- Ó Maria, nois vai tirano a rôpa, mais ocê num mi óia, nem ieu ti óio, vamu ficar dis costa.
Maria responde:
- Tá bão Zé. Intaum eu num ti óio e ocê num mi óia, cumbinado.
Nisso Maria abre a malinha de papelão novinha que ganhou do pai, tira a camisola que ganhou da mãe.
Maria tira a roupa. Ao vestir a camisola notou que a mãe tinha lavado, ponhou no sór pra módi quará e ficá bem branquinha..
Tava um capricho só a camisola.
Só que a véia pra mode branquiá a camisola, lavô dimais qui incurtô a dita prá mais di parmo e usou goma demais prá passar a camisola, deixando muito engomada.
Maria então diz:
- Meu Deusducéu, cuma é qui eu vô drumi com um trem duro e piquininim desse?
Aí o Zé fala:
- Ah Maria! Assim num vale! Ocê mi oiô SÔ, né?..........


Colaboração do cumpadi Vicente.

Assunto: Mineirice..

 
Ô, Zé!  Vâmu brincá di antônimo?
- O que c'ocê falô???

- Brincá di antônimo, sô! Qué dizê, uma coisa contrária da ôtra! Purixempro: arto e baxo, forte e fraco...
- Ah, intindi! Intão, vâmu brincá!
-  qué qui vai  valê?
- Uma cerveja... Eu cumeço, tá?
Começaram a brincadeira:
- Gordo?
- Magro!
- Hômi?
- Muié!
- Preto?
- Branco!
- Verde?
- Verde? Nada disso! Verde é cor, num tem antônimo, não!
- Craro que tem!
- Intão ixprica, sô!
- Maduro!
- Ai, caráio! Pirdi a aposta! Vâmu di novo, valenu ôtra cerveja? Ma
dessa veiz ieu cuméçu!
- Pódi cumeçá!
- Saúde?
- Duença!
- Moiádo?
- Seco!
- Agora ocê vai sifudê, sô fidiumaégua! Qué vê só?
- Fumo?
- Não, não! Peraí, peraí... fumo num tem antônimo!!!
- Craro qui tem, uai!
-  Intão, diz aí, qualé o antônimo de fumo?
- Vortemo!
Colaboração do meu cumapadi Vicente

18/06/2010

Salmo do minêro!

O sinhô é meu pastô e nada há de me fartá

Ele me faiz caminhá pelos verde capinzá
Ele tamém me leva pros corgos d’água carma
Inda que eu tenha qui andá
nos buraco assombrado
lá pelas encruzinhada do capeta
não careço tê medo di nadaa-modo-de-quê
Ele é mais forte que o “coisa-ruim”
Ele sempre nos aprepara uma boa bóia
na frente di tudo quanto é maracutaia
E é assim que um dia
quando a gente tivé mais-pra-lá-do-qui-pra-cá
nóis vai morá no rancho do sinhô
pra inté nunca mais se acabá...

Colaboração de Vicente
(comunidade orkut Êns Pên que o ôns é dês)

14/06/2010

Minêro conjugano verbu.

Nois conjuga verbu iguarzinho a todo mundo. prestenção procêis vê..



eu to aqui
tutaí
etalá
nois tamaqui
vois taqui
êstao lá

Eu laia
Tu laia
Ele laia
Nois laia
Vois laia
Es laia
eu to aqui
tutaí
etalá
nois tamaqui
vois taqui
êstao lá

OvÔ
Tuvai
Eivai
Nóivamu
Voizvão
Eisvão
eu arredo

osê arreda

êle, éla arreda

nós arreda

osês arreda

êles, élas, ês arreda 

(comunidade orkut  êns pêns cu ôsn é dês)

07/06/2010

sodade poema matuto


Dessa palavra, sodade,


num existe tradução.

É uma dô qui quando ataca,

nuis faiz sofrê de muntão.

É dô qui quando se sente,

mexe cum tudo da gente,

lá dento do coração.



Sodade num tem plurá;

purisso véve sòzinha.

Martratando munta gente,

do seiviçá à rainha.

Machucando c'a lembrança,

ais vêiz matando a isperança,

de quem prá ela, caminha.



Faiz o valente chorá,

faiz o forte isfraquicê,

faiz a gente se lascá,

sem drumí e sem cumê.

O cabra fica reiádo,

sofrendo disisperado,

pidindo a Deus prá morrê.



E o hôme, principamente,

acredite se quizé.

Sofre c'a situação,

nisso pode fazê fé.

O cabra sofre à vontade,

se a danada da sodade,

fô do tá "bicho muié"!



O dia fica cumprido,

o cabra acorda chorando.

Passa o dia puros canto,

mocorongo, matutando.

Num consegue nem surrí,

e ais vêiz, quando vai drumí,

vai se deitá saluçando.



Mais inda resta um consolo,

digo na minha poesia.

Antes de incruzá cum ela,

facilmente tu surría.

Pode iscrevê qui é verdade;

adonde ixistí sodade,

arguém foi feliz, um dia.



Prá finalizá, eu digo,

puro mundo, andando a êrmo.

Do fundo do coração,

cum meu peito todo infêrmo.

Sodade; digo surrindo:

É isso qui eu tô sintindo,

de você agora mêrmo!...



Autor: Bob Motta

Do que foi Vivido, e jamais esquecido.

`
AH!  porteira, voce aqui nesse pedacinho de chão,cravado nessa imensa cordilheira,ja passou por um monte de coisa!
- Ocê se lembra porteira, quando ainda muleque , subia o morro no meio da escuridão e ficavamos sentados no seu ponto mais alto só pra ver o   sol   nascer, ou vinha no meio da noite com as lanterninhas feitas de latas de Nescau e vela, só pra ver a lua subir lá atrás da Serra do Cipó?
- è porteira! Tenho muitas saudades também dos nossos piquiniques no  meio do pasto,quando levavamos pipocas, doces, biscoitos e vários outras coisas.
- Saudades também, quando pegávamos os cavalos e só ficava a poeira pra trás, a carroça que várias vezes passou por voce carregada de capim ou até mesmo carregada de "moleques"!
-Mas o que mais tenho saudade porteira, está ai  do seu lado. Esta manilha que um dia foi tão grande mas tão grande que servia como carros para brincarmos . As vezes    ficava dois ou tres "moleques" dentro de uma manilha.Lembro também quando colocavamos aquela velha lona por cima das manilhas, quando olhavamos para cima , parecia uma noite com infinitas estrelas!
-É porteira! O tempo não  perdoa! Ele passa e as manilhas ficam pequenas e voce continua aí, velha, sem cor, porém forte. Tão forte que com certeza vai ter tudo aquilo que um dia tivemos, todas as alegrias, os sorrisos, e os olhares com aquela esperança de que a vida é só alegria, e que nada mais neste mundo importa, senão ser feliz e curtir a vida como se cada minuto fosse o último de nossas vidas!
_Obrigada porteira por ter sido tão amiga e companheira. Hoje vemos que voce fez e faz parte de nossas vidas!!!!!
Bruno Molinari
Em 27/05/2002 às 11:34hs

29/05/2010

Sempre viva

Deve de sê uma formusura, essas prantinha num vaso de frô cá no meu fugão de lenha...Ia ficá mezm uma belezura....
Mas cá pressas banda tem isso não...
Intonce to cá pensano cus meu botão: Se é sempre viva num deve morrê. Mesmo dispois de o sôr bater nela bem forte, ou as chuvarada de março, balanga cus seus gaiinho....ela deve de tá lá, firme e forte como dizia meu Pai.
Antonce,cadiquê vou eu lá rrancá ela do tar Habitat dela sô?
Ja num chega tanta mardade qui ezhomi vais cá natureza,de inté fazê nóis xorá?
Tudo qui é rio sujo,fedeno a privada, cheim de garrafa de garaná,e lixo das casa riberinha, e da cidade grande?
Porquerâ de povo que num junta o lixo diritim, tar como insina o tião da prefeitura.
Pobrizim de Pritinho, que trabáia na caminhão dolixo, corre pra lá pra cá catando as podridão que povo ispáia na rua.(ostrodia caiu da caminhão, quebrô o braço, o fidumaégua).
Antonce dexá meu fugão sem frô, mio ela fica lá, na casa dela, a tar da sempre viva, qui si dependê de mim, vai ser viva mezm pru resto da vida.......
Braço noceis.
Cumadi Sandra.

JUNTANDO AS AS PALVRAS.


Nóis minêro tem fama de falá as palavra tudo imendada... e oianu aqui na tar de Net, eu vi qui num é só nóis não.
Tem uns dito popular qui povo fala,e sai imendanu tudo quanto é palavriamento tumém,igual nóis, e aí perdi o sentido das coisá,e sai falanu assimez. Espiá só:

No popular se diz: 'Esse menino não pára quieto, parece que tem bicho
carpinteiro'

Correto: 'Esse menino não pára quieto, parece que tem bicho no
corpo inteiro'

Ta venú qui num é só nóis mineiro kkk. Tem ôtra.

Batatinha quando nasce, esparrama pelo chão.'**
Enquanto o correto é: ' Batatinha quando nasce, espalha a rama pelo chão.'

'Cor de burro quando foge.
O correto é: 'Corro de burro quando foge!'"Esse foi o pior de todos!
Burro muda de cor quando foge??? Qual cor ele fica??? Porque ele muda de
cor???"

Ta vêno né ????ôtra:

'Quem tem boca vai a Roma.'

'Quem tem boca vaia
Roma.' (isso mesmo, do verbo vaiar)


'Cuspido e escarrado - quando alguém quer dizer que é muito parecido com
outra pessoa. 
O correto é: 'Esculpido em Carrara.' (Carrara é um tipo de mármore).
Essa foi de lascá.kkkk
E vai dizê pra nóis qui ocê sabia disso tudo certim.kkkkkk











VÉÍCE


Vô contá como é triste ao vê a veíce chegá,
Vê os cabêlo caíno e vendo as vista incurtá.
Vê as perna trumbicano, com priguiça de andá,
Vê aquilo esmoreceno, sem força prá levantá.

As carne já vão sumino, vai aparecêno as vêia,
As vista vai diminuíno e cresceno a sombrancêia.
As coisa vão encurtano, vão aumentano as orêia,
Os ôvo fica dipindurado e o pinto sempre arquêia.

A veíce é uma triste doença que dá em todo irmão,
Dói os braço, dói as perna e dói os dedo da mão.
Dói o figo e a barriga, dói o rim, dói o pumão,
Dói tudo e ninguém qué mais vê o jogo do timão.

Quando a gente fica véio, tudo de ruim acontece,
Vamos passano pelas rua e as menina se oferece.
A gente óia tudo, mas pede discurpa e agradece,
E vai logo correno pro médico de plantão do INSS.

No tempo que eu era moço, o sol prá mim briava,
Eu tinha mil namorada, tudo de bão me sobrava.
As menina mais bonita, da cidade eu bolinava,
Eu fazia sexo todo dia, o bichim nem descansava.

Mas tudo isso passô, faz tempo ficô prá tráis
As coisa que eu fazia, hoje já num sô capaiz.
O tempo me robô tudo, de uma maneira sagaiz,
E prá falá a verdade, nem trepá eu trepo mais.

Quando chega a veíce, tudo na vida vira desgraça,
Até pra cantá as muié todo hóme véio se embaraça,
Quando pega a muié, vai pra cama, beija e abraça,
Porém só faz duas coisa: solta peido e acha graça

(arquém qui subé o autor me diga que dô os créditu)

28/05/2010

Meu cantim.


Diz uma pessoa isperciá pra mim, qui todo mundo tem um canto da sua preferença....
Creditei nele, cadiquê, é bão mezm tê onde podê pensá nas coisa da vida.Fica de conversê com nóis mesmo,priguntado lá dentro do coração,os purquê da vida.
Cada cantim, deve de sê ingual um ora´tório, daquels que nóis poim nossa santinha. Por que ali, vai tudo que é gente nos pensamento: vai Jesuis, vai Maria, vai trem ruim, vai ssombração, qui ispanta nosso coração.
Mió mesmo ispanta essas coisêra toda da mardade.
Esse cantim, tem de sê bem rrumadim,bem conchegante,inté tê brio.
è nele que nóis sonha, e pedi a solução, procauso difirci de se resolvê.
Diz essa pessoa isperciá qui nóis pode tê uma tar de barrage,uma tal de cachoera, um quartim, um sofá quintim,uma igreja....tudo é noso cantim....
o meu quimcasa, é meu fugão de lenha....sento eu lá,taco fogo nele, e fico espiano o beija flor posá nas minhas rosinha....e ele a vida vai passano...
Ceis tem algum cantim?
Si océis num tivé, caça um....modiquê a gente pricisa as véiz esfriá os miolos., pensá nas coisas que apetece no coração miussado ....
E si prum causo de oceis num tê, senta aqui um cadim, a gente prozeia, toma um café,e troca as idéias.
A gente si intende.....ési incontra nessas curva qui a vida dá.
Inté.
Cumadri Sandra.

27/05/2010

Juquinha da Serra do Cipó




  José Patrício, o
Juquinha das Flores,
brotou da serra.
A serra o acolheu!
A humana flor...
Be-en-énça, cumpade!
Ó o fósq...
O Corujão
O Chupa-ovo
O hermitão
O Sempre-viva
Mamou na loba
Comia escorpiões
Foi picado por mais de cem cobras...
Tem mais de cem anos...
Morreu mais de cem vezes...
A lenda do Cipó...
Essência de flor.
O imortal,
Juquinha das Flores
Personagi lendário da Serra do Cipó, que ao longo de sua vida como andario pelos campu artos, coía frô, Sempre-vivas e orquídeas, e trocava por coisa de cumê ,inté  rôpa ...as véiz  fósforos cuns viajante qui ia praquelas banda.. Por tanta simpricidade, feiz história, hoje perpetuada por essa obra ,essa iscultura de  3mts de artura, ponto turístico, de universal e nobre puisia. Povo fala qui ele cuida e toma conta cá da Serra do Cipó, pra modioszome num cabá caquelugar.
Foi bão dimais da conta essi homi
Bencôa nóis Sô Juquinha.
Abraçu da cumadi Sandra
e dus meu mininu Karina e Bruno.


(colaboração: Bruno G.L.Molinari)


26/05/2010

Minha reza.

Andei aqui, nas banda dos meus pensamento,cozeno as colcha de retaio da minha vida,pitano um cigarrim, pramodi num perdê o custume, entre um caniquim de café e ôtro.
Tava lembrano das coisas da vida, das falta que uns faiz e das reiva qui otros causa na gente.
Iscumunguento esse coração, qui na midida cirtinha fais a gente se aguniá.
Intão pidi Nossinhora um proziamento particulá,custumero na verdade, mas dessa veiz, coisa mais séria.
E ja fui logo falanu prela,que essa vida ansveis é muito ingrata.
Sofre os que num pricisa sofrê,chora os que num pricisa chorá,cansêra pra uns,mardade pra ôtros.
Caudiquê será qui tudo é ansveis tão dificultoso, se o que nois mais precia é o amô.
E num deixei ela falá,fui tocano a boiada na prosa;
priguntei das criança pobrizinha que tão pelejano, lá pras banda da mardade alheia,dushomi sem coração,das muié de mão in riba, pramodi acoitá os coitadim.
Intão falei a Nossinhora bem alto prela ouvi: cadiquê tanta lamúra,cadiquê tanto sofrê.
(parei tiquim pra tiçá fogo no fugão).
Intão eu continuei meus indagamento cá Nossinhora. Ela divia ta cupada, pruquê,nem mi rispundia.
Mas eu tava disaforada e num ia mi´cala. Intaum,fui  continuano e num isquici di perguntá,quis trem isquisito é esse qui anda acontecenu nese mundo,inté mata gente,bicho flô,e os véio como eu...(iscutei um homi falano isso no radio lá da cuzinha).
Oh marvadeza dos infernos, povo sem coração, farta de rezá,de amá,de querê....
farta de ajudá o cumpadi qui ta do lado dinóis, de prozia um tiquim cum duente, o pobrizim,de fazê bolim de chuva pras criança pruveitá,de subi no pé de lima,e dá pra vizinhança ixprimentá.
Diacho de vida .
tanto coração cheio de margura.
E ela lá ....quitinhaaaa no oratório.
Eu só fui percebé mesmo que ela tava mi ovinu , quando as lagrima  começô a rolá. Paricia ela chorano cus meu zóio a mi iscutá.

Cumadi Sandra.

E si mi tirassem de Minas?

E si porum acaso eu tivesse qui saí de minas? Tivesse que deixá tudim pra tráis e vivê num canto qualquer.Tudo ia acabá: as prosa sentada na varanda de casa cús irmão,cunhado, e vizinho. as vista alcançanu a serra lá de "cadipedra",os zovido escutano o sino da igreja que chama a gente pra rezá e cantá a ladainha de Nossinhora, maritaca lá no pé de jabuticada no fundahorta, o galo que canta bunito,do otro lado da cidade, o trem de ferro, que passa pertim de casa e que faiz a gente se alembrá de quando nóis era minina piquena, brincanu naqueles trio.....essas coisêra toda lá do fundo da nossa infancia.
E o fogão de lenha? cumé que eu ia ficá longe dele uai? Aqueli xerim bão de trem gostoso de cumê,caldim de canjquinha,broá cum café cuado na hora,inté mio de pipoca istorano na chapa dele eu ja fiz uai. Fora os proziamento com o povo que vem cá incasa,modiquê, nóis tudo gosta di tomá uma cervejinha, e cumê um torresmim com angu e côve.
A gente vára as noite prozianu, e isso aqui em Minas, tem gostim especial. Num ia sê a mezmacoisa, im belzonte,Ridijanero,Sumpaulo....As cidade  grande é tudo bunita! ;im isso eu tô careca de sabê; mas aqui em Minas,os rio é mais limpo,os passarim vem na janela espiá nois durmi,inté o céu é mais limpim.
Se mi tirassem de minas, é certeiro o meu sofrer...
E cada dia,num tiquim de reza,peço ao Sinhordubumjisuis, que deixa eu ficá aqui,pois careço dessa terra, dos amigo, dos cumpadi e das cumadi que aqui eu prendi a amá e gostá.
Longe dos trio da linha de trem,sou só mais uma....um esquecimento!
beijo nocêis.
cumadi Sandra.

A TECNOLOGIA MINEIRA DO ABRAÇO



O matuto falava tão calmamente, que parecia medir, analisar e meditar sobre cada palavra que dizia... “ É ... das invenção dos hómi, a que mais tem sintido é o abraço.”

O abraço num tem jeito dum só apruveitá! Tudo quanto é gente, no abraço, participa duma beradinha...

Quandu ocê ta danado de sordade, o abraço de arguém ti alivia... Quandu ocê ta danado de reiva, vem um, te abraça e ocê fica até sem graça de continuá cum reiva...

Si ocê ta filiz e abraça arguém, esse arguém pega um poquim de sua alegria... Si arguém ta duente, quandu ocê abraça ele, ele começa a miorá, i ocê miora junto tamém...

Muita gente importante e letrado já tentô dá um jeito de sabê pruquê quié qui o abraço tem tanta tequilonogia, mas ninguém inda discubriu...

Mas, iêu sei... Foi o isprito santo de Deus qui mi contô... Iêu vô conta proceis uqui foi qui ele mi falô: O abraço é bão prucausa do Coração...

Quandu ocê abraça arguém, fais massage no coração!... I o coração do ôtro é massagiado tamém! Mas num é só isso, não...

Aqui ta a chave do maior segredo de tudo: É qui, quandu abraçamo arguém, nóis fiquemo tudo é com dois coração no peito!... (autor desconhecido)

24/05/2010

COMO DEFINIR O "UAI"


Num sei por que implicam tanto com nosso "uai", e quando perguntam a gente o que significa, a gente só diz: uai é Uai.......
É isso mesmo.
Uai, é um monte de coisa juntas, misturada com mais um tiquim de cada coisa, pramodi a gente se fazê intender.
Mas eles num intende,...
Nem se a gente juntá uns trem pra explicar eles num vai aceitá a explicação.
Uai , é um poquim de cada coisa.
Pode ser tudo, mas tamém pode ser nada.depende da prosa né uai?
Intão, tá aí. Pópô o nosso UAI no seu vocabulário, que vai ficá bunito por dimais.
Cebêsta sô....nois num se importa de partilhar nossas coisa não.Povo aqui é bão dimais.
Uai? ja vai? Oncevái sô. Fica mais um bucadim,prosa ta boa!...
Intão tá bão, depois cê vorta.
Beijo nocê e na família.
Cumádi Sandra

O SOTAQUE DAS MINEIRAS (F.P.B. Netto)

O sotaque das mineiras deveria ser ilegal, imoral ou engordar…
Afinal, se tudo que é bom tem um desses horríveis efeitos colaterais, como é que o falar, sensual e lindo das moças de Minas ficou de fora?

Porque, Deus, que sotaque! Mineira devia nascer com tarja preta avisando: ‘ouvi-la faz mal à saúde’. Se uma mineira, falando mansinho, me pedir para assinar um contrato doando tudo que tenho, sou capaz de perguntar: ’só isso?’.
Assino, achando que ela me faz um favor..

Eu sou suspeitíssimo. Confesso: esse sotaque me desarma.
Certa vez quase propus casamento a uma menina que me ligou por engano, só pelo sotaque.

Os mineiros têm um ódio mortal d as palavras completas.
Preferem, sabe-se lá por que, abandoná-las no meio do caminho.
Não dizem: pode parar, dizem: ‘pó parar’ Não dizem: onde eu estou?, dizem: ‘onde queu tô.’
Os não-mineiros, ignorantes nas coisas de Minas, supõem, precipitada e levianamente, que os mineiros vivem lingüisticamente falando – apenas de uais, trens e sôs.

Digo-lhes que não. Mineiro não fala que o sujeito é competente em tal ou qual atividade.
Fala que ele é bom de serviço. Pouco importa que seja um juiz, um jogador de futebol ou um ator de filme pornô.
Se der no couro – metaforicamente falando, claro – ele é bom de serviço. Faz sentido…

Mineiras não usam o famosíssimo tudo bem. Sempre que duas mineiras se encontram, uma delas há de perguntar pra outra: ‘cê tá boa?’ Para mim, isso é pleonasmo.
Perguntar para uma mineira se ela tá boa é desnecessário…
Há outras. Vamos supor que você esteja tendo um caso com uma mulher casada.
Um amigo seu, se for mineiro, vai chegar e dizer: – Mexe com isso não, sô (leia-se: sai dessa, é fria, etc)
O verbo ‘mexer’, para os mineiros, tem os mais amplos significados.

Quer dizer, por exemplo, trabalhar. Se lhe perguntarem com o que você mexe, não fique ofendido. Querem saber o seu ofício.
Os mineiros também não gostam do verbo conseguir. Aqui ninguém consegue nada.
Você não dá conta. Sôcê (se você) acha que não vai chegar a tempo, você liga e diz: ‘- Aqui, não vou dar conta de chegar na hora, não, sô.’
Esse ‘aqui’ é outra delícia que só tem aqui. É antecedente obrigatório, sob pena d e punição pública, de qualquer frase. É mais usada, no entanto, quando você quer falar e não estão lhe dando muita atenção: é uma forma de dizer ‘olá, me escutem, por favor’.
É a última instância antes de jogar um pão de queijo na cabeça do interlocutor.
Mineiras não dizem ‘apaixonado por’. Dizem, sabe-se lá por que,’apaixonado com’. Soa engraçado aos ouvidos forasteiros. Ouve-se a toda hora: ‘Ah, eu apaixonei com ele…’
Ou: ’sou doida com ele’ (ele, no caso, pode ser você, um carro, um cachorro)..
Eu preciso avisar à língua portuguesa que gosto muito dela, mas prefiro, com todo respeito, a mineira. Nada pessoal. Aqui certas regras não entram. São barradas pelas20montanhas.
Por exemplo: em Minas, se você quiser falar que precisa ir a um lugar, vai dizer: - ‘Eu preciso de ir..’
Onde os mineiros arrumaram esse ‘de’, aí no meio, é uma boa pergunta…Só não me perguntem!
Mas que ele existe, existe. Asseguro que sim, com escritura lavrada em cartório.

No supermercado, o mineiro não faz muitas compras, ele compra um tanto de coisa..
O supermercado não estará lotado, ele terá um tanto de gente.
Se a fila do caixa não anda, é porque está agarrando lá na frent e.  Entendeu? Agarrar é agarrar, ora!
Se, saindo do supermercado, a mineirinha vir um mendigo e ficar com pena, suspirará: ‘- Ai, gente, que dó.’
É provável que a essa altura o leitor já esteja apaixonado pelas mineiras…
Não vem caçar confusão pro meu lado!
Porque, devo dizer, mineiro não arruma briga, mineiro ‘caça confusão’.
Se você quiser dizer que tal sujeito é arruaceiro, é melhor falar, para se fazer entendido, que ele ‘vive caçando confusão’.


Ah, e tem o ‘Capaz…’ Se você propõe algo a uma mineira, ela diz: ‘capaz’ !!! Vocês já ouviram esse ‘capaz’? É lindo. Quer dizer o quê?
Sei lá, quer dizer ‘ce acha que eu faço isso’!? com algumas toneladas de ironia.. Se você ameaçar casar com a Gisele Bundchen, ela dirá: ‘ô dó dôcê’.
Entendeu? Não? Deixa para lá.
É parecido com o ‘nem…’ . Já ouviu o ‘nem…’?
Completo ele fica: ‘- Ah, nem…’    O que significa? Significa, amigo leitor, que a mineira que o pronunciou
não fará o que você propôs de jeito nenhum. Mas de jeito nenhum.
Você diz: ‘Meu amor, cê anima de comer um tropeiro no Mineirão?’.

Resposta: ‘nem…’
Ainda não entendeu? Uai, nem é nem.
Leitor, você é meio burrinho ou é impressão?
Preciso confessar algo: minha inclinação é para perdoar, com louvor, os deslizes vocabulares das mineiras.
Aliás, deslizes nada.
Só porque aqui a língua é outra, não quer dizer que a oficial esteja com a razão.
Se você, em conversa, falar: ‘Ah,fui lá comprar umas coisas….’…
- Que’ s coisa? – ela retrucará.
O plural dá um pulo. Sai das coisas e vai para o ‘que’!

Ouvi de uma menina culta um ‘pelas metade’, no lugar de ‘pela metade’.

E se você acusar injustamente uma mineira, ela, chorosa, confidenciará:
- Ele pôs a culpa ‘ni mim’.

A conjugação dos verbos tem lá seus mistérios, em Minas…
Ontem, uma senhora docemente me consolou: ‘preocupa não, bobo!’.


E meus ouvidos, já acostumados às ingênuas conjugações mineiras.

nem se espantam.
Talvez se espantassem se ouvissem um: ‘não se preocupe’, ou algo assim. Fórmula mineira é sintética e diz tudo.

Até o tchau, em Minas, é personalizado. Ninguém diz tchau, pura e simplesmente.
Aqui se diz: ‘tchau pro cê’, ‘tchau pro cês’.
É útil deixar claro o destinatário do tchau…

21/05/2010

SER MINEIRO

"Ser mineiro é não dizer o
que faz , nem o que vai fazer ,
é fingir que não sabe aquilo
que sabe , é falar pouco e
escutar muito , é passar por
bobo e ser inteligente , é
vender queijos e possuir
bancos .
Um bom mineiro não laça
boi com imbira , não dá
rasteira no vento , não pisa
no escuro , não anda no
molhado , não estica
conversa com estranhos , só
acredita na fumaça quando
vê fogo , só arrisca quando
tem certeza , não troca um
pássaro na mão por
dois voando .
Ser mineiro é dizer "uai" ,
é ser diferente , é ter marca
registrada , é ter história .
Ser mineiro é ter
simplicidade e pureza ,
humildade e modéstia ,
coragem e bravura ,
fidalguia e elegância .
Ser mineiro é ver o nascer
do sol e o brilhar da lua ,
é ouvir o cantar dos pássaros
e o mugir do gado , é sentir
o despertar do tempo e o
amanhecer da vida . Ser
mineiro é ser religioso e
conservador , é cultivar as
letras e artes é ser poeta e
literato , é gostar de política ,
é amar a liberdade , é viver nas
montanhas , é ter a vida interior ,
é ser gente " .

Fernando Sabino